data-filename="retriever" style="width: 100%;">Neste julho de 2021, o mundo acompanha uma tragédia enorme em nações desenvolvidas, no coração da Europa. Enchentes, das maiores nas últimas décadas, atingem a potência econômica e tecnológica que é a Alemanha, além de Bélgica, Holanda e parte da Itália. Todavia, os efeitos devastadores concentram-se especialmente no território germânico, onde ocasionaram 165 perdas de vidas humanas além de danos materiais de monta, incluindo residências levadas pelas águas, deixando milhares de pessoas atingidas nos seus bens e meios de sobrevivência. Numa nação rica e poderosa, tragédia tamanha parecia não ser possível.
As grandes enchentes europeias deste momento dão-nos a lição que fenômenos naturais como vulcões, terremotos, enchentes e outros são capazes de fazer sofrer ricos e pobres, países desenvolvidos ou não. A humanidade ainda não encontrou meios de prevenção efetiva e absoluta ante eles. Muitas vezes, quando cataclismas da natureza causam impactos pesados no hemisfério meridional da terra, menos desenvolvido, costuma-se responsabilizar exclusivamente o estágio socioeconômico como responsável pelo alto grau de danos e prejuízos. Não é verdade. Nações muito ricas como Estados Unidos (com seus furacões e outros fenômenos), Japão e a Europa também padecem consequências brutais em vidas humanas e prejuízos materiais diante de desastres naturais.
Precisamos, humildemente, entender que o engenho humano em pleno terceiro milênio ainda não consegue controlar as reações da natureza ou ser adequadamente prevenido ante elas. Pelo contrário, estamos causando modificações no meio ambiente que agravam alguns desses fenômenos naturais.
Os dirigentes europeus voltam-se preocupados para opiniões e estudos de muitos cientistas que, embora contestados por alguns, em sua maioria, apontam as mudanças climáticas, agravadas pela ação humana, como causas de desastres do porte das atuais enchentes no coração do Velho Mundo. O aquecimento global em curso, fruto do efeito estufa natural mais o crescente reforço pela ação humana especialmente pelo dióxido de carbono (CO 2) emanado das atividades econômicas, seria a causa principal das mudanças climáticas e da repetição de eventos atípicos na natureza.
Manifestações de líderes europeus são enfáticas sobre o aquecimento global. Apontam o endurecimento de políticas para conter as mudanças climáticas. Querem formular metas mais rígidas e em menor prazo para a redução das emissões de CO2 e outras causas de aquecimento. Todavia, não bastará a Europa ter metas de contenção do aquecimento global. Serão cobradas atitudes dos demais países nas próximas conferências mundiais sobre clima. Faz-se necessário um esforço de todos para reduzir as mudanças climáticas. E isto tem reflexos para nós brasileiros, em especial por sermos olhados com desconfiança pela incapacidade em conter o desmatamento da Amazônia, parte importante da questão climática mundial.